sábado, 1 de maio de 2010

Poema avulso II



O que digo é da boca pra fora,
e jorra, escorre. Palavra,
sem sentido procurando
o rumo do vento para voar...
e flutuar... progredir... e difundir...
Então cai.
Se fixa no chão e seca
morta, se abre pro céu...
Caem sobre ela argumentos,
modos e outros pensamentos.
Procura a terra, fica em pé,
e cresce num amálgama de outros temas

e morfemas, teoremas, significados.
Agora, já desponta uma ideia, minha.
Um ideograma de sentido hermético,
mimético de outras palvras e ideias em cadeia,
então, desabrocha a síntese. O resultado,
que verbaliza, dimamiza, concretiza
e voa...voa...
Como palavra que foi dita da boca pra fora
que jorra, escorre à procura de outro sentido.

Poema avulso I


A lei de minhas frases
é constituição intrisceca de mim
que constitui algo maior que eu,
o nós...
Que de dentro para fora constitui corpo
com outras leis constituídas de outrém,
o Homem...
Que de fora para dentro
recebe leis que demonstram sua frágil conformação...
Que é o vil e elemental Pó.