domingo, 17 de agosto de 2008

Destino


Cada coisa tem seu destino.
O destino do coração, emocionar,
o destino da boca, falar.
Mas como falar o não experimentado?

Cada coisa tem seu destino.
O destino do caminho, guiar,
o destino do pé, caminhar.
Mas como ir onde, ainda, não se sabe?

Cada coisa tem seu destino.
O destino da mão, tocar,
o destino da arte, agradar,
Mas como agradar-se do intangível?

Cada coisa, cada coisinha um destino tem.
O destino do Homem, conhecer,
o destino do mundo, ocultar.
Mas só se conhece o que se sente
o que se fala, o que se experimenta,
onde se vai e o que agrada.
Mas como?

domingo, 10 de agosto de 2008

Sub


Suburbano toca o relógio 6h00 da manhã.
Maçã do rosto apertada no transporte, público, subumano.
A cidade se espalha mancha sub-atômica em baixo da ponte Ser-Hum-mano.
Ano que vem sobre o espaço de aço do prédio de vidro verde como o dólar.
Sobrancelha levantada sob o espanto da notíca, a polícia e o ladrão.
Ninguém é insubstituível na seleção sub-vinte da empresa.
Almoço, sempre o mesmo gosto de meio-dia todo bife, salada, arroz-e-feijão.
A noite veio e com ela o subterfúgio para a fuga,
crua e nua para correr. O que fazer ao sábado?
São brasileiros atarefados, subitamente ameaçados...
Porque a vida suspirou.