segunda-feira, 16 de junho de 2008

Democracia racial


“Hillary Clinton manifestou apoio integral ao senador Barack Obama na corrida presidencial dos Estados Unidos neste sábado. Em discurso em Washington, no National Building Museum, ela foi ovacionada e agradeceu muito aos seus partidários pela confiança durante a campanha à nomeação democrata.”


Agora o candidato Democrata à presidência dos EUA é realmente Barack Hussein Obama Júnior, um homem negro, de família africana, islâmica, do Quênia. Ele um orador de mão cheia daqueles que conquistam com poucas palavras os corações e mentes dos populares, sua esposa Michelle Obama, também negra e advogada.
Um casal de negros rumo ao poder máximo da maior democracia do continente americano. Quem diria!!! Justamente os EUA famoso por seus filmes de catástrofe nos quais é só o presidente ser uma mulher ou um negro e pumba! O mundo acaba. Quem não lembra de “Impacto profundo”? Morgan Freeman como presidente da América e um meteoro a caminho, meteoro este que acerta primeiro, em cheio, um dos maiores desafetos dos Yankees, a França. A mesma “America” aquela do “dream” onde todos podem alcançar o topo como em New York, New York, a mesma “America” da guerra do Sul escravista contra o norte libertário, a “America” da Ku Klux Klan.
Um exemplo para o multi-étnico e racialmente democrático Brasil?
Segundo alguns sociólogos como Gilberto Freyre não há racismo no Brasil, mas uma democracia racial comprovada pela miscigenação e coroada pelo carnaval. Mas fica a pergunta: Quantos candidatos negros ao cargo de mandatário máximo de nossa República temos ou tivemos? Não estamos no país das cotas para reverter o erro ”histórico” da escravidão monarquista? Pois, é na nossa “democracia” que o líder deve ser macho e branco; condição sine qua non. Mas aparentemente temos uma mudança... as mulheres já foram aceitas no grupo de mandantes; vide Marta Suplicy, Dilma Houssef entre outras. Porém, o índio, o “homem-da-terra” e os negros assistem a “democracia” pela TV, nos intervalos da novela. Como se tudo só acontecesse lá longe em Brasília.
“America” mais uma vez estamos um, dois, muitos passos atrás de você. Mais uma vez as teorias terceiromundistas se mostram falhas e cai o véu do carnaval racial e da convivência pacífica.
“Brasil, mostra a sua cara...” era o tema duma certa novela global, compremos esta idéia, até porque a Democracia é ou não é o governo da maioria?

Um comentário:

Thiago Borges disse...

Bela argumentação. O problema é que, nos Estados Unidos, os problemas e preconceitos são tratados de frente. Já no Brasil, todos repudiam o preconceito, dizem ser livres deste mal, mas todas as mães - até as negras - olham torto quando um filho apresenta sua namorada "com um pé na cozinha", pra ser bem direto, mesmo que a situação socioeconômica seja igual. Hipocrisia. "Gosto dos negros, mas não como membros de minha família", algo assim. "O povo brasileiro" deveria ser leitura obrigatória e "Quanto vale ou é por quilo" deveria ser transmitido em cadeia nacional, no horário nobre... Falta dar uns tabefes na cara desse povo pra ver se ele acorda... Ter um presidente operário, sem ensino superior, a meu ver já é uma grande vitória pra esse ligar onde um diploma vale mais que décadas de aprendizado com a vida...

Abraços.