segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Já vai... Vai com D's e as Pulgas!


B"H


Ano novo, que haverá de novo?
Ano novo, subiu o feijão, o arroz e o ovo!
Ano 8, século 21, 32 anos no ar, uma ruga a mais.
Novo, eu, você, nós queremos democracia.
Mais igualdade mais dinheiro no bolso (de todos)
Mais saúde, mesmo com hospital queimado.
Mais coisas pra compartilhar que vender.
Brasil feliz, eu feliz, você feliz e por um triz 2007 já vai tarde.

(espero que neste 2008 você , caro leitor, entre bem!)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

A Liberdade não Morre!



Para Benazir Bhutto


Bem via em seu rosto uma promessa
de dignidade e alegria a seu povo.
Bem ouvia sua voz gritada de mãe,
a liberdade a sua direita.
Bem queria sua volta pra cidade.

Chorei quando você saiu,
briguei por sua volta.
E você esteve, mais uma vez, entre nós.

Lenço sobre o cabelo, colar de flores
pelas ruas de Karachi e Islamabad.
Seu perfume embriaga nosso sentido
e nos indica o rumo certo para juntos
vivermos unidos sob o crescente,
sob as estrelas, sob nossa bandeira.

Benazir não morreu, seu ideal só cresceu.
Agora junto a Allah ela olhará por todos nós...
do Paquistão, do Brasil, do mundo.
Como queria ouvir sua voz na ONU,
como queria lhe ver de pronto
na posse da república.
Mas agora, você sai da terra dos homens
e se torna presidenta eterna
da liberdade dos corações.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Unidos


Na casa o cheiro do caldo na tigela,
na janela os alecrins enfeitam
a figura da mãe de avental.
E a avó de negro luto, eterno, por meu avô.
Meu pai guarda as ovelhas trás-os-montes,
e de longe, ouço os primos chamarem da vinha.
Vinha nossa que tanto nos alegrou.
Do outro lado deste mar de palavras
que esta dita língua encerra
hei de navegar co’as velas do Gama
a rever os mouros lugares
cheio de parentes negros
que estão a cantar fados lusitanos.
Vou chorar abraçado na festa,
nosso coração maior que o mundo.
Mundo pequeno para nossa saudade.
Saudade, sentimento Português por nós herdado
como filhos de luso que também somos.
E nas lágrimas e palavras de nossas noivas e esposas
o salgado mar, apesar da distância, apesar dos sotaques,
Agora nos une e não separa.

Nas ruas de Atlanta...


Nas ruas de Atlanta lembrei-me de ti,
chorei ao ver a lusa bandeira no mastro hasteada.
Palavras, imensidades d’além mar, a minha terra.
Um negro aproximou-se:
- És português?
- Do Brasil venho, irmão de África.
Abraçamo-nos chorosos,
lágrimas salgadas de mar, distâncias do coração.
Filhos emocionados de América e África...
Perseguidos, escravizados, unidos,
pela bandeira verde-vermelha.
Na mente tua presença constante...
a ti sentimos, por ti pensamos, contigo cantamos.
Esta língua, a última flor do Lácio,
inculta e bela, nossa vida, a expressão.
Por terras das imensidades perdidas
famílias de marinheiros, comerciantes,
viajantes e poetas formaste.
Tanto mar de poetas afogados,
tantas histórias por ti contadas...
Minha língua, minha alma
por ti emociono, por ti sonho.
Muito tempo estive longe de ti,
não quero mais me separar.
As belezas das outras me são perturbadoras,
mas a ti não canso, nunca, d’ouvir...
Teus esses e erres, teus sons labiais.
Digo Ser e Estar. E sei que
quando do avião descer
teus sons, novamente, vão correr.
Língua Portuguesa, Brasileira, Africana...
em teu seio somos por ti.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

William Blake
“Do pedaço de bambu fiz uma pena
Para a água pálida tingir
Escrevi canções de alegria serena
Que qualquer criança gostaria de ouvir”

Mais o tempo passou tão depressa
Que o canto do pastor não ouvi.
Meu carneiro foi tosquiado
Por uma ribeirinha que não conheci.

O exército branco se impôs sobre minha cabeça
Em poucos anos, no espelho não me reconheci
Mas a pena trabalha, ainda, serena
Escrevendo canções, criando emoções
Em todo aquele que pára pra ouvir.



Ouve que te chamam...
acordes descompassados
de amor apoplético.

Ouve que te clamam...
vozes perdidas, distantes,
na multidão de braços ao alto

Ouve que te reclamam...
do preço da vida,
por não haver bebida
que alegre o coração.

Ouve que te deixam...
tuas idéias falidas,
rotas de tanto usar
escondiam tua alma
que agora jaz calma
no anonimato do inconsciente.

Ouve que te vem...
Horas de prazer,
de saboroso gosto com:
Novos acordes
Novas vozes
Novas esperanças
Novas idéias
Nova-idade.