sexta-feira, 26 de outubro de 2007




No fundo sabia...
que não podia agüentar.
No fundo sabia...
que podia colapsar.
No fundo jazia sem nada fazer.

No fundo, bem no fundo
onde a luz chega pouca.
No fundo do céu da boca
uma palavra que seca,
pois nunca veio ao mundo.

No fundo dos olhos o brilho opaco.
No fundo da alma lhe falta um pedaço.
No fundo do poço é mais leve o ar.

Tão fundo em si que não pode dizer,
tão fundo na vida, não há o que fazer,
tão fundo no escuro, sufoca o sono.

Assim lá no fundo,
tão fundo em nada
a vida se apaga sem ter solução.

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