Para meu pai.
A cesta cheia de frutas sobre a mesa
Maçãs, bananas, limões, mexericas.
Vermelho, amarelo, verde, laranja.
Apanho uma mexerica
Rasgo sua casca
Desnudo sua entranha
Laranja, polpa granulada.
Desfaço seus gomos
Duros, úmidos, grandes
Saboreio o suco laranja
Da mexerica que atiça
Meu senso gustativo.
No ar o cheiro de sua casca…
Inda voa, ainda paira
Misturando-se com seu sabor
Doce, azedo, passado.
No último gomo...
O gosto não é mais o mesmo
O cheiro esvanece a esmo
Redondo, não é mais o pomo.
Restam as sementes
Planta-las-ei?
Seu destino natural é...
Fecundar a terra, nascer um pé
De laranjas mexericas
Que nas línguas se aticem,
Que nas feiras se vendem,
Que nestas linhas se prendem
Maçãs, bananas, limões, mexericas.
Vermelho, amarelo, verde, laranja.
Apanho uma mexerica
Rasgo sua casca
Desnudo sua entranha
Laranja, polpa granulada.
Desfaço seus gomos
Duros, úmidos, grandes
Saboreio o suco laranja
Da mexerica que atiça
Meu senso gustativo.
No ar o cheiro de sua casca…
Inda voa, ainda paira
Misturando-se com seu sabor
Doce, azedo, passado.
No último gomo...
O gosto não é mais o mesmo
O cheiro esvanece a esmo
Redondo, não é mais o pomo.
Restam as sementes
Planta-las-ei?
Seu destino natural é...
Fecundar a terra, nascer um pé
De laranjas mexericas
Que nas línguas se aticem,
Que nas feiras se vendem,
Que nestas linhas se prendem
Nos versos , meus, sem cor.
Um comentário:
Hum...Como eu disse vc realmente está melhorando!Hehehehehehehe!!!Mas deixando as brincadeiras... Esse seu poema me fez lembrar um do Ferreira Gullar que eu achei a sua cara, aliás eu poderia jurar que foi vc quem escreveu caso estivesse sem assinatura!(Tá!Eu exagerei um pouquinho, mas contudo é um elogio, ok?)
Ah!O poema!O título é "Não há vagas".Vou deixar aqui para vc.
O preço do feijão
não cabe no poema.O preço
do arroz
Não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores,
está fechado:
"não há vagas"
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
o poema, senhores,
não fede
nem cheira
Postar um comentário