sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O Soberano


Areia escorre entre os dedos
As mãos trêmulas de medo
Areia escorre e morre no chão.

Água escorre entre os dedos
As mãos molhadas secam cedo
O oceano cheio de gotas que (em) vão.

Luz do sol a pino
A sombra cobrindo
O semicírculo do dia,
Estações vazias
Movimento na via

A lua pálida, lânguida
Em seu eterno ir-e-vir
Marcando o ciclo imaginário
O Aparente breviário
De religiosos físicos.

Pêndulo suíço
Carrilhão de minha avó
Big Ben. Londres que não conheço.
Círculo Perfeito, silêncio sueco.
Ponteiro barroco, números Romanos.

Olhos no marcador vermelho
Digital, na marginal ilha do pensamento
Onde 1 + 1 é muito mais que dois
120 segundos trocados sem garbo.
Onde está meu Tic-tac?
E as formas pendulares?

“Ele não existe os homens é que mudam.”
“Ele é dinheiro.”
O Mais soberano dos deuses.
“A única fortuna da inteligência.”
“O transformador da vida.”
“A imagem móvel da eternidade imóvel.”
“Aquele que tudo devora.”

Senhoras e Senhores o Soberano
Tempo

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