Apressadas pessoas se imprensam,
umas contra as outras, nesta lata que
dura corre ruas e avenidas.
Suam e lêem,
vêem: carro com ar-condicionado através janela fechada.
Um calor....
A chuva acumula o ar-viciado nesta dura miséria,
esse transporte coletivo.
Coletivo de gente: multidão.
Sacrifício coletivo,
um poeta emotivo
em meio à confusão.
Nem o trem nem o metrô
servem para esta lata esvaziar.
Só a enchente.
R$ 2,30.
Solavancos e sonos, doentes e pedintes.
No ônibus todos os sofrimentos se encontram.